Na manhã desta quarta-feira (7), a Polícia Federal deu início à Operação Virulência, que busca esclarecer suspeitas de fraudes em contratações sem licitação pela Prefeitura de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A investigação gira em torno de possíveis irregularidades cometidas durante o enfrentamento da pandemia de COVID-19, em 2020.
Durante a ação, 29 policiais federais foram mobilizados para cumprir sete mandados de busca e apreensão, além de medidas de sequestro de bens no valor aproximado de R$ 2,1 milhões. As diligências ocorreram em dois municípios: uma em Camaçari e seis na capital baiana. As ordens judiciais foram emitidas pela Justiça Federal em Salvador.
O inquérito da PF aponta que os contratos sob suspeita envolvem obras de reforma em unidade de saúde para a instalação de um hospital de campanha, além da contratação de mão de obra especializada e compra de materiais hospitalares. À época, a administração municipal estava sob comando de Elinaldo Araújo (União Brasil).
Segundo os investigadores, o processo de dispensa de licitação teria sido manipulado com uso de propostas forjadas em nome de duas entidades, com o objetivo de beneficiar uma terceira organização, que acabou responsável por todas as etapas do contrato. No entanto, os serviços foram terceirizados a outras empresas, tanto para a execução das reformas quanto para a prestação do atendimento médico-hospitalar.
A apuração identificou pagamentos superiores a R$ 5,6 milhões à entidade favorecida, com indícios de sobrepreço estimado em R$ 1,4 milhão — valor que representa cerca de 26% do total transferido à contratada naquele ano.