Um documentário, previsto para chegar aos cinemas em 2026, irá lançar um olhar aprofundado sobre a faceta política de Gilberto Gil. A produção vai abordar a trajetória do artista baiano não apenas como expoente da música brasileira, mas também como intelectual engajado e figura pública que ocupou papel central na gestão cultural do país.
Com as filmagens já encerradas, o longa é codirigido por Diógenes Muniz, conhecido por seu trabalho sobre o grupo Libelu, e Daniel Mello, responsável pelo premiado “USP 7%”, que trata do racismo na universidade. Juntos, os diretores pretendem apresentar um retrato complexo e íntimo de Gil como formulador de ideias, político e agente transformador.
A narrativa promete passear por episódios significativos de sua atuação política, como sua passagem pelo Ministério da Cultura, além de reviver memórias da juventude militante e do período da ditadura militar. Entre os destaques do documentário estão cenas de uma performance clandestina nos anos de chumbo e um show na ONU ao lado do então secretário-geral Kofi Annan, décadas mais tarde.
Além dos relatos do próprio Gil, o longa também resgata locais históricos da vida do artista, como o anfiteatro da Escola Politécnica da USP — palco de uma de suas apresentações mais simbólicas durante o regime militar. Registros raros e imagens de acervo pessoal também compõem o material, prometendo revelar facetas pouco conhecidas pelo público.
A produção é assinada por Vitrine Filmes e Boulevard Filmes, em parceria com a Gegê Produções, empresa fundada por Gil e sua esposa, Flora Gil.