Após longas tratativas e especulações nos bastidores da política, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) chegaram a um consenso para a criação de uma federação partidária. A aliança, firmada na quarta-feira (23), vai consolidar o maior grupo na Câmara dos Deputados, com 108 parlamentares, e contará com 13 representantes no Senado Federal.
A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo, que apontou os presidentes das duas legendas – Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) – como responsáveis por selar o entendimento. O anúncio oficial da união está previsto para ocorrer na próxima terça-feira (29), às 15h.
Composições estaduais e obstáculos superados
Durante as últimas semanas, divergências em determinados estados vinham dificultando o avanço do acordo, principalmente questões relacionadas a alinhamentos políticos locais. Na Bahia, por exemplo, a formação da federação enfrentava resistência interna.
No estado, o PP mantinha conversas para uma possível reaproximação com o governo do petista Jerônimo Rodrigues. Seis deputados estaduais do partido atuam hoje em sintonia com o Executivo estadual. O próprio presidente do diretório baiano, Mário Negromonte Jr., já havia sinalizado publicamente para esse caminho.
Ao mesmo tempo, em Salvador, a realidade política é diferente: o PP integra a base aliada do prefeito Bruno Reis, do União Brasil, e ocupa postos relevantes na administração municipal, entre eles a Secretaria de Governo, chefiada por Cacá Leão. A legenda também tem cinco cadeiras na Câmara de Vereadores da capital baiana.
Já o União Brasil tem se posicionado, nos últimos anos, como um dos principais adversários dos governos comandados pelo Partido dos Trabalhadores em diversas esferas.