O Palácio do Planalto está mobilizando ministros da base aliada para tentar frear o avanço do projeto que concede anistia a presos pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. A medida, vista por líderes políticos como tardia e pouco eficaz, busca reverter o apoio ao requerimento de urgência que permitiria a votação direta no plenário da Câmara.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra Gleisi Hoffmann (PT), da Secretaria de Relações Institucionais, estão pessoalmente envolvidos na articulação. Eles entraram em contato com membros do primeiro escalão do governo, fornecendo uma lista dos parlamentares que assinaram o documento – a maioria da própria base governista.
Partidos como União Brasil, Republicanos, PP, PSD e MDB, que juntos ocupam dez pastas ministeriais, foram responsáveis por mais da metade das assinaturas no requerimento. No entanto, ministros relataram dificuldades em convencer os deputados a recuarem, já que muitos alegam temer represálias de eleitores bolsonaristas.
O PL, partido de Jair Bolsonaro, protocolou o pedido de urgência na segunda-feira (14) com 262 assinaturas – 25 a mais que o mínimo necessário. Diante da pressão do Planalto, a legenda alterou sua estratégia, mas a mobilização do governo é considerada insuficiente por líderes do centrão.