O Brasil bateu um novo recorde em 2024 ao realizar mais de 30 mil transplantes de órgãos, tecidos e medula, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (4) pelo Ministério da Saúde. O número representa um crescimento de 18% em relação a 2022, superando os índices registrados antes da pandemia da Covid-19.
Durante apresentação dos dados, o ministro Alexandre Padilha destacou que a ampliação do acesso ao procedimento tem sido uma prioridade. Segundo ele, o aumento se deve, em grande parte, ao investimento em tecnologia, à descentralização da rede e à ampliação da logística para captação e transporte de órgãos.
Entre os procedimentos mais comuns neste ano, os transplantes renais (6.320) e hepáticos (2.454) lideram entre os órgãos sólidos. Já córneas (17.107) e medula óssea (3.743) se destacam entre os tecidos e componentes líquidos. Cerca de 85% dessas cirurgias foram realizadas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar do avanço expressivo, o país ainda convive com uma fila de espera de 78 mil pacientes, sendo 42 mil à espera de um rim. Outro obstáculo relevante é a recusa de famílias em autorizar a doação de órgãos: apenas 55% aceitam quando abordadas.
Para enfrentar esse cenário, o ministério vai implementar o Programa de Qualidade em Doação para Transplante (PRODOT), que tem como objetivo capacitar e acompanhar as equipes que conduzem as entrevistas com familiares de possíveis doadores. O treinamento será feito em parceria com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).