A utilização da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) – estratégia preventiva contra o HIV voltada para pessoas não infectadas – apresentou aumento significativo na Bahia, com crescimento de 82,1% no número de usuários. O dado acompanha uma tendência nacional: em 2023, o número de pessoas que utilizam a PrEP no Brasil ultrapassou 107 mil, mais que o dobro do registrado no ano anterior.
No estado baiano, o número de pessoas que utilizam a medicação passou de aproximadamente 2 mil para 3.642, sendo quase metade (1.796) concentrada em Salvador. A capital oferece o serviço gratuitamente em sete unidades da rede pública. A PrEP, fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é uma das principais ferramentas do Ministério da Saúde para conter a disseminação do HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Voltada a populações em maior situação de vulnerabilidade — como homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, profissionais do sexo e indivíduos com múltiplos parceiros —, a PrEP é composta por um esquema diário de medicação que impede que o HIV se estabeleça no organismo em caso de exposição ao vírus.
Na Bahia, o perfil predominante de quem utiliza a medicação são homens cisgêneros homossexuais, com idade entre 25 e 39 anos, representando 84,5% dos usuários. Apesar do avanço, o desafio da interiorização da política persiste: fora das regiões metropolitanas, o acesso à PrEP ainda é escasso, comprometendo a eficácia da prevenção entre populações periféricas e jovens em situação de risco.
Dados do Ministério da Saúde revelam que 42% das pessoas que aderiram à PrEP em todo o país têm entre 30 e 39 anos. Outros 23% estão na faixa de 25 a 29 anos. Adolescentes de 15 a 17 anos, recentemente incluídos nas diretrizes do programa, ainda representam uma parcela mínima dos usuários — apenas 0,2%.