Haddad afirma que recuo sobre IOF foi decisão técnica e sem consulta a Lula

Economia
Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a revogação da medida que previa a cobrança de IOF sobre investimentos no exterior por meio de fundos foi uma decisão de caráter técnico e tomada de forma autônoma, sem o envolvimento direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista publicada neste domingo (25) pelo jornal O Globo, Haddad explicou que a decisão foi motivada por críticas fundamentadas e avaliadas rapidamente após o anúncio da medida.

“A minha decisão foi absolutamente técnica. Foi tomada horas depois do anúncio, assim que me chegaram as informações sobre o problema. Antes de mais nada, chequei com pessoas em que eu confio para saber se aquelas informações estavam corretas. E assim que eu identifiquei que havia um problema, reuni virtualmente a equipe para redigir o ato de correção”, disse Haddad.

A proposta inicial, que gerou forte reação no mercado financeiro, foi reconsiderada após a repercussão negativa. Apesar da mudança, o governo manteve outras ações do pacote fiscal apresentado na última quinta-feira, como o aumento do IOF sobre planos de previdência privada, operações de crédito para empresas e transações cambiais.

Haddad disse que não vê falha na forma como a reversão foi comunicada e ressaltou que o anúncio foi feito antes da abertura dos mercados. “Não acredito que isso desmereça a construção que foi feita. Não corrigir depois das informações prestadas seria um erro”, disse

O ministro também comentou que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou dos debates sobre o pacote, mas não esteve envolvido diretamente na elaboração do decreto que tratava da tributação dos fundos.

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