Denúncias de neonazismo na internet disparam e crescem 250% em cinco anos

Brasil
Isac Nobrega/ PR

O avanço de discursos de ódio e ideologias extremistas na internet tem causado preocupação global. De acordo com dados da SaferNet Brasil, organização não governamental que atua no combate a crimes contra os direitos humanos no ambiente digital, as denúncias relacionadas ao neonazismo aumentaram 250% entre 2020 e 2024, se comparado ao período de 2015 a 2019.

As estatísticas integram os Indicadores da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da entidade, que contabilizou cerca de 30 mil denúncias de conteúdos associados ao neonazismo nos últimos cinco anos. A ideologia, baseada na intolerância racial, no culto à pureza étnica e na defesa da violência como ferramenta política, tem se espalhado em plataformas digitais por meio da divulgação de símbolos, discursos discriminatórios e incitação ao ódio.

No Brasil, o fenômeno segue a tendência internacional. Grupos neonazistas atuantes no país promovem ideias ultranacionalistas, racistas, xenófobas e discriminatórias, muitas vezes com apologia direta à violência. Os focos mais expressivos dessas organizações foram identificados nos estados de São Paulo (especialmente na capital e no ABC paulista), Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Distrito Federal e Espírito Santo.

A legislação brasileira considera crime qualquer ato que promova o nazismo. A Lei nº 7.716/1989 prevê penas que variam de dois a cinco anos de prisão para quem praticar, induzir ou incitar o preconceito ou a discriminação por motivos de raça, etnia, cor, religião ou procedência nacional. A exibição ou comercialização de símbolos como a suástica também é proibida e punida.

A SaferNet alerta para a importância de denunciar conteúdos ilegais e reforça que o enfrentamento a essas práticas exige vigilância constante da sociedade e atuação firme do poder público.

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