Em uma sessão marcada por protestos intensos e confusão, a Câmara Municipal de Salvador aprovou na noite desta quinta-feira (22) o projeto de reajuste salarial dos servidores municipais. A proposta, encaminhada pelo Executivo, recebeu 34 votos favoráveis. A bancada de oposição optou por se abster.
A votação aconteceu no prédio do Centro de Cultura da Câmara, que tem abrigado as sessões plenárias. O local foi invadido por sindicalistas contrários aos índices propostos pela prefeitura: 9,25% de reajuste para servidores do Nível 1 / Referência A; 6,65% para o Nível 1 / Referência B; 6,27% para os servidores a partir do Nível 1 / Referência C e também para o quadro suplementar do Magistério Público. Os demais servidores da administração municipal terão aumento de 4,83%.
Diante do cenário, o coordenador do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), o guarda municipal Bruno Carianha, anunciou nesta sexta-feira (24) que a categoria irá iniciar uma greve a partir da próxima terça-feira (27). A paralisação dos servidores municipais se soma à dos professores da rede pública, que estão em greve há mais de duas semanas.
Caso de Polícia
O clima tenso ganhou contornos mais graves com a prisão de Bruno Carinhanha, diretor licenciado do Sindicato dos Servidores da Prefeitura. Ele foi detido após tentar forçar a entrada de um veículo da categoria no local reservado à votação. Com um microfone em mãos, declarou: “Eu vou passar, eu vou passar e acabou”.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento em que Carinhanha, sem camisa, é contido e preso por policiais militares, com apoio da Guarda Civil Municipal. Bruno Carinhanha é bacharel em Educação Física, já presidiu o sindicato da categoria e foi candidato a vereador em 2024 pelo PSB. Atualmente, exerce função de diretor licenciado do movimento sindical.
Durante a confusão, vereadores relataram agressões por parte de manifestantes. Os parlamentares envolvidos também foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento.
