CRO-BA celebra veto ao ensino EAD em Odontologia

Educação
Ricardo Stuckert/PR

O Conselho Regional de Odontologia da Bahia (CRO-BA) manifestou apoio à decisão do Ministério da Educação (MEC), que proibiu a graduação em Odontologia na modalidade de ensino a distância. A medida, oficializada por decreto presidencial na última segunda-feira (19), também vale para os cursos de Medicina, Direito, Enfermagem e Psicologia.

O presidente do CRO-BA, Dr. Marcel Arriaga, destacou que a autarquia sempre se posicionou contra o ensino remoto na formação de cirurgiões-dentistas e celebrou a nova política educacional anunciada pelo governo federal. Para ele, o ensino exclusivamente presencial é essencial para garantir a qualidade na formação e o cuidado com a população.

“A gente não consegue imaginar uma formação de um profissional de saúde à distância. A gente até acredita que em outras áreas isso seria possível, num país com extensão territorial como a nossa. Mas na área da saúde, todas as práticas necessitam do paciente. Inclusive, a questão da humanização. O aluno aprende desde cedo a se relacionar”, afirmou.

Segundo o CRO-BA, o decreto representa um avanço para a valorização da Odontologia, assegura maior qualificação profissional e protege a saúde bucal dos brasileiros. A decisão do MEC foi amplamente apoiada pelo Sistema Conselhos de Odontologia — formado pelo Conselho Federal e pelos 27 Conselhos Regionais —, além de diversas entidades da área que há anos combatem a implantação do EaD nos cursos de Odontologia. Ainda de acordo com Dr. Marcel Arriaga, a prática clínica presencial é insubstituível no processo de aprendizado.

“As relações humanas são muito importantes. E a gente ensina isso ao aluno desde o princípio. Eu não vejo como a gente pode fazer isso online. Então, não é só a questão do aprendizado do paciente. No caso da odontologia, como é que você vai ensinar uma anestesia online? Como é que você vai ensinar a fazer uma restauração, que tenha todas as condições de saliva online? Como é que você ensina o aluno a lidar com os medos, com as angústias do paciente? Porque ao mesmo tempo que você está fazendo um trabalho técnico específico ali no dente do paciente ou na boca, você está lidando com as condições do paciente, com as condições psicológicas daquele paciente. Isso é um aprendizado que tem que ser ao vivo”, pontuou.

Com a nova regra, os cursos de Odontologia deverão manter ao menos 70% da carga horária em formato presencial. Já outras graduações da área da saúde e licenciaturas continuam autorizadas a funcionar presencialmente ou de forma híbrida, com parte das aulas online.

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