Janja admite quebra de formalidade com Xi Jinping, mas rebate: “Não há protocolo que me faça calar”

Política
Fernando Frazão/Agência Brasil

Durante um evento voltado à proteção dos direitos da infância, realizado nesta segunda-feira (19) pelo Ministério dos Direitos Humanos, em Brasília, a primeira-dama Janja da Silva comentou pela primeira vez a polêmica envolvendo sua participação em um jantar oficial na China. Ela reconheceu ter rompido o protocolo ao se manifestar durante a cerimônia ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do líder chinês, Xi Jinping, mas foi enfática ao defender sua postura.

“Não há protocolo que me faça calar se eu tiver uma oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa que seja, do maior grau ao menor grau. Eu não me calarei quando for para proteger a vida das nossas crianças e dos nossos adolescentes”, declarou Janja, em resposta às críticas.

A controvérsia teve início durante a visita presidencial à China, quando, em meio ao jantar diplomático, Janja abordou temas relacionados à segurança online, incluindo críticas ao TikTok, plataforma chinesa que, segundo ela, prioriza conteúdos de viés conservador. A intervenção pegou de surpresa integrantes da delegação brasileira, conforme reportado por colunistas do g1, e foi vista como fora de tom para o contexto formal do encontro.

No evento desta segunda, Janja voltou a enfatizar a urgência de discutir os riscos do mundo digital para jovens e crianças. “As redes sociais, os jogos online, os grupos de mensagem, todos os espaços digitais fazem parte do cotidiano das nossas crianças e adolescentes e, como qualquer espaço, há riscos”, alertou.

Ela também relembrou um caso recente que chocou o país: a morte de uma menina de 8 anos após participar de um suposto desafio online envolvendo desodorante aerossol. O episódio serviu como alerta para a urgência da regulamentação das plataformas digitais, tema que Janja tem defendido com veemência. “A gente precisa que as mães se unam numa voz forte que seja ouvida no Congresso Nacional para que efetivamente a regulamentação aconteça”, disse.

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