A Bahia concentra o maior número de pessoas quilombolas do Brasil, e um dado chama atenção: 48% desse contingente, equivalente a 190.677 indivíduos, vivem em zonas urbanas. A informação consta nos dados mais recentes do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo sendo historicamente associada ao campo, a presença quilombola nas cidades baianas é significativa. No entanto, essa população enfrenta desafios ainda mais acentuados nas áreas urbanas, como mostra a taxa de analfabetismo entre quilombolas que vivem nesses territórios: 13,7%. O índice supera o registrado entre a população urbana baiana em geral, que é de 9%.
O levantamento também indica que 52% da população quilombola do estado, cerca de 206.825 pessoas, permanecem em áreas rurais — uma proporção bem superior à da população total do estado que reside no campo, de 23,3%.
No cenário nacional, o perfil é semelhante, mas com diferenças: no Brasil, 61,7% da população quilombola (820.906 pessoas) vive em áreas rurais, segundo o IBGE.
Outro dado observado pelo instituto aponta que, no campo, os quilombolas baianos tendem a ser mais jovens e levemente menos masculinos em comparação com a média da população total dessas regiões.