PEC que propõe o fim da escala 6×1 enfrenta resistência na Câmara

Política
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A proposta que pretende reconfigurar o regime de trabalho no Brasil, eliminando a escala 6×1 e estabelecendo uma jornada de 36 horas semanais, ainda não avançou no Congresso Nacional. A ideia é substituir o modelo atual por quatro dias de expediente e três de descanso, conforme apresentado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) há quase dois meses.

Apesar da mobilização em torno do tema, o projeto segue sem tramitação formal. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou que o texto será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) “nos próximos dias”, mas sinalizou que o cenário não é promissor: “Não dá para ficar vendendo sonho”.

Nos corredores da Câmara, já se articula uma possível reformulação da proposta. Integrantes do PSOL e do PT reconhecem que será necessário flexibilizar o conteúdo original para minimizar objeções de parlamentares ligados ao centro e à direita, que preferem tratar a carga horária como uma questão de negociação entre empregadores e trabalhadores, e não como cláusula constitucional.

Mesmo sem respaldo político consolidado, a iniciativa ganhou visibilidade simbólica neste 1º de maio. Erika Hilton liderou mobilizações em diversas capitais ao lado do Movimento Vida Além do Trabalho. As manifestações cobraram mudanças estruturais nas relações laborais e denunciaram o atual sistema como opressor.

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