Wagner defende anistia aos executores dos atos golpistas, mas não dos mandantes

Política
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), manifestou apoio a uma proposta em discussão que visa reduzir as penas impostas aos envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O senador, no entanto, fez uma ressalva sobre os limites da medida: “Eu acho ótimo, desde que não se fale em anistia para mandantes e financiadores do crime”.

A proposta está sendo articulada nos bastidores do Congresso Nacional, especialmente, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) — em diálogo com o Supremo Tribunal Federal (STF), segundo revelou a jornalista Mônica Bergamo. A ideia principal seria suavizar as punições de parte dos condenados, especialmente os executores dos atos, ao mesmo tempo em que se tornaria mais rigorosa a responsabilização das lideranças e financiadores.

Jaques Wagner, em entrevista à Folha de S.Paulo, frisou que o governo federal não está diretamente envolvido na construção da proposta: “O Planalto não está à frente do assunto. Quem está pressionado é o Parlamento”.

Segundo o jornal, a iniciativa busca encerrar a controvérsia em torno da anistia e responder a críticas quanto à suposta severidade das condenações proferidas pelo STF, abrindo espaço na agenda legislativa para outras prioridades. Ao mesmo tempo, a movimentação evita desgastes para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mantendo o Executivo afastado do centro do debate.

Do lado oposto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados continuam atuando em prol da anistia plena. Mesmo hospitalizado, Bolsonaro gravou um vídeo na UTI nesta segunda-feira (28), conclamando apoiadores a participarem de uma nova manifestação marcada para 7 de maio em Brasília.

Apesar de o PL ter conseguido aprovar um requerimento de urgência para a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Hugo Motta, ainda resiste em colocar a proposta em votação no plenário.

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