Carlos Lupi nega omissão do governo em fraudes no INSS e afirma: ‘tem muita safadeza’

Política
Marcello Casal Junior / Agência Brasil

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, defendeu a atuação do governo federal no combate às fraudes envolvendo descontos irregulares em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. Segundo ele, a gestão atual tomou providências e não foi omissa diante das irregularidades.

Apesar disso, Lupi reconheceu que houve má-fé de diversas partes envolvidas. “Muitas instituições abusaram e devem pagar por isso. Os beneficiários têm que ser restituídos. Mas não pode generalizar, senão a gente instaura um tribunal de inquisição”, declarou em entrevista à Folha.

O ministro destacou que a origem dos problemas remonta a administrações anteriores, já que a maioria dos convênios que permitiram os descontos questionados foi assinada antes de 2023. Ao ser questionado sobre a resposta do ministério após receber alertas sobre as fraudes, ainda em junho de 2023, Lupi afirmou que tomou medidas, como a demissão do então diretor de Benefícios, André Fidelis, no ano seguinte, quando percebeu que a auditoria interna não avançava.

“O processo de investigação não tem nada contra mim […] Era uma disputa de espaço, e [fizeram um] questionamento dizendo que tinha que investigar. Claro que tinha que investigar, e eu sugeri incluir na pauta em outra reunião”, relatou o ministro.

Ele detalhou que, após os primeiros sinais de problemas, a diretoria responsável iniciou apurações internas. No entanto, segundo Lupi, o andamento das investigações foi lento. “Desde aquele momento, a diretoria responsável pela área [diretoria de Benefícios do INSS] começou a apurar o caso. O tempo foi passando, e o diretor [André Fidelis] não apresentava nenhum relatório. Até julho de 2024, nada tinha andado, e eu demiti ele. Coloquei o Vanderlei [Barbosa], e em três meses ele apresentou, mostrando erros e falhas que existiam, mas vinham de uma herança”, completou.

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