Após recuo forçado de Muniz, Fátima Nunes caminha para assumir a 1ª vice-presidência da Alba

Política
Divulgação/Agência ALBA

Depois de semanas de incertezas e negociações intensas nos bastidores, a deputada estadual Fátima Nunes (PT) está prestes a ser confirmada como 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). A definição veio na terça-feira (8), após o deputado Júnior Muniz (PT) retirar sua candidatura ao cargo, movimento que teria sido motivado por pressões internas do próprio partido. O movimento, segundo o próprio petista, foi decorrência de pressão interna.

Com o impasse aparentemente resolvido, cresce a expectativa de que a presidente da Alba, Ivana Bastos (PSD), agende a votação para a próxima terça-feira (15), encerrando um capítulo conturbado dentro da base governista. A eleição, que deveria ter ocorrido no dia 26 de março, foi adiada justamente pela entrada inesperada de Muniz na disputa. Nos corredores da Assembleia, comenta-se que a motivação dele teria sido o descumprimento de um acordo envolvendo sua participação em uma das comissões da Casa, supostamente firmado com o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT).

Reação de Muniz expõe desgaste

A decisão de abrir mão da candidatura não parece ter sido fácil para o deputado Júnior Muniz, que demonstrou frustração com o desenrolar dos fatos. Em conversa com jornalistas, ele comentou sobre o cansaço diante dos adiamentos e revelou que estará fora do país na data prevista para a votação.

“Eu estava esperando a votação hoje [ontem]. Me pegou até de surpresa esse comentário que eu tive em reunião com o diretório do partido. Tenho conversado com o presidente do partido, mas de forma alguma com o diretório. E me pegou de surpresa essa desistência, mas tenho conversado com a presidente Ivana, tenho conversado com os colegas deputados. Só pela terceira ou quarta vez que tiram, retiram da pauta. Semana que vem eu vou fazer uma viagem oficial que já estava programada. Uma viagem para fora do país e acho que me empurraram. E eu tô sendo vencido pelo cansaço de não ter a votação”, afirmou.

Mesmo assim, Muniz afirmou que sua desistência não é definitiva: “Não é o meu pensamento de desistir. Se a eleição realmente ficar pra próxima semana, eu não vou estar na casa. Então dificilmente eu estarei pra votar. E como eu fiquei sabendo, a pessoa tem que levar o nome no dia da votação. Não pode já deixar assinado pra poder votar sem a presença. Eu não vou estar aqui a semana que vem. Eu viajo já programada, vou a China, vou a B&G, fazer uma visita in loco, conhecer as instalações da indústria lá em Shenzhen, na China. Então era uma coisa que já estava programada. Então, sendo assim, eu acho que na próxima semana não estarei no plenário. E tendo votação, não poderei colocar o meu nome à disposição dos colegas”, completou.

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