A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou, em entrevista exclusiva ao Nordeste Agora, que a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP30), a ser realizada em Belém, será a “COP da Implementação”. Segundo ela, o evento marca um momento crucial para a efetivação dos compromissos ambientais firmados globalmente.

Marina Silva ressaltou que a COP30 representa um marco na história do enfrentamento às mudanças climáticas, pois será o momento de colocar em prática o que foi definido em conferências anteriores. “Agora é implementar os compromissos, como triplicar a geração de energia renovável, duplicar a eficiência energética e eliminar o uso de combustíveis fósseis”, enfatizou.

O Brasil, segundo Marina Silva, tem metas ousadas nesse contexto. O compromisso do governo é zerar o desmatamento até 2030 e reduzir entre 59% e 67% as emissões de CO2 até 2035. “Não há mais espaço para adiamentos. O atraso na implementação das medidas apenas agrava os impactos climáticos, gerando mais cheias, secas severas, prejuízos para a agricultura e, principalmente, para a vida das pessoas”, alertou a ministra.

De acordo com a ambientalista, a urgência climática exige a adoção imediata de medidas concretas. “A expectativa da COP é, antes de tudo, de muito compromisso e responsabilidade com a emergência climática que o Brasil e o mundo estão enfrentando”, afirmou.

A ministra pontuou que eventos climáticos extremos já fazem parte da realidade global, citando enchentes na Bahia, secas severas na Amazônia e ondas de calor que impactam diversas regiões. “Já estamos vivenciando processos de desertificação em mais de 300 mil quilômetros quadrados no semiárido brasileiro. A situação é crítica”, encerrou.