O senador Angelo Coronel (PSD) criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) durante sua participação no 8º Encontro de Prefeitos da Bahia, realizado na manhã desta quarta-feira (29) no Centro de Convenções de Salvador. Em meio a um discurso inflamado, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e do senador Otto Alencar (PSD), Coronel acusou o Judiciário de extrapolar suas funções e interferir nas decisões dos demais poderes.
A declaração do parlamentar veio em resposta à recente decisão do ministro Flávio Dino, que interveio na distribuição das chamadas Emendas Pix, mecanismo criticado pelo STF por facilitar repasses de recursos sem a devida transparência.
“Eu quero dizer aos senhores, estamos travando uma briga grande, como o Poder Judiciário, em especial Supremo Tribunal Federal, para liberar as emendas no Brasil. Eu, como relator do orçamento, falei ontem com a equipe econômica do governo, que perguntaram se eu iria colocar para votar agora em fevereiro. Eu falei: ‘depende, se tiver um acordo para liberar as emendas, principalmente na Bahia’. Se não tiver acordo para liberar as emendas, orçamento fica na gaveta. Fica na gaveta. Não é bravata, não é arrogância. Porque eu tenho que proteger, eu tenho que atender os deputados federais, que vivem todo dia perguntando quando é que vai votar”, declarou o senador.
Tensão entre Coronel e o PT
Angelo Coronel também foi questionado sobre eventual desgaste entre seu partido PSD e o PT, o embate se dá principalmente pela articulação governista na composição da chapa majoritária para as próximas eleições. Dentro do partido, há uma movimentação para que os três principais postos sejam ocupados por petistas: o governador Jerônimo Rodrigues disputaria a reeleição, enquanto Jaques Wagner e Rui Costa seriam os nomes escolhidos para o Senado.
“Eu não sou de escalar time de ninguém. Cada partido tem o direito de escolher seus filiados e colocá-los nas posições que acharem interessantes. O nosso partido ainda não se posicionou; vamos nos posicionar apenas em março do próximo ano. Acho muito infantil tratar das eleições com dois anos de antecedência. Eu sempre digo que o apressado come cru. Então, vamos esperar até março do próximo ano para que o partido tome uma decisão”, acrescentou o senador.