O PSDB em Salvador dobrou o número da bancada na Câmara de Vereadores, saindo de três componentes para seis. No entanto, este crescimento pode estar sendo pilar de divergências internas no partido. Esse foi um dos pontos elencados pelo vereador Téo Senna, veterano integrante da legenda que alega não ser ouvido na nova conjuntura.
“Logo na primeira reunião que teve o partido, só com três vereadores presentes na discussão, decidiram que Cris Correia estaria na Mesa Diretora da Câmara de Vereadores. Eu nem sabia dessa reunião. Em nenhum momento abriram o debate ou eu fui ouvido. É ótimo que Cris integre a Mesa, mas pelo menos temos que participar, é um grupo”, argumenta Téo, em entrevista ao Nordeste Agora.
Por outro lado, o presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), argumenta que o que acontece é uma insatisfação de Téo, já que agora, com o partido maior, a opinião dele não é a mais a norteadora das decisões: “Com o crescimento eu acho que ele pode se sentir escanteado. Mas hoje todos opinam, com a condução da presidência nossa todos decidem, e antes no PSDB não era assim”, declarou o presidente em entrevista ao Nordeste Agora.
Um outro episódio relatado pelo Téo trata-se da escolha do novo líder do partido. Segundo ele, não foi respeitado o acordo que tinha sido feito na legislatura passada, uma vez que Daniel se candidatou para continuar no posto. De acordo com Téo, não se respeitou o acordo de alternância que tinha sido feito, na visão dele, seria a sua vez ou a de Rodrigo assumir a liderança da legenda na Casa.
“Foi uma colocação que eu disse na reunião, mas os Daniel, Cris e Muniz. Foi sim uma escolha da maioria, mas ele já estavam coordenados para fazer este movimento. Independente de qualquer coisa, eles vão ter que respeitar meu mandato”, acrescentou.
Perseguição?
Desde quando o PSDB iniciou seu processo de crescimento, no ano passado, Téo argumenta que há suspeitas de que algum componente não o queria no grupo, ao ponto de saírem notícias, a qual ele não sabe como, informando que Senna estaria negociando com outras legendas. O edil ainda informou que o prefeito Bruno Reis (União) o perguntou se ele não teria interesse de ingressar no PDT.
Muniz rebate dizendo que não há nenhum impeditivo de Téo assumir os cargos, nem articulação contra o nome dele. “Eu acho que ele está incomodado porque ele queria participar da Mesa, e Cris também. Ele queria ser líder e Daniel também. Em votação interna ele perdeu os dois. Ele tem que convencer os membros do partido. No dia em que a maioria achar que ele que deve fazer parte da Mesa, ou ser líder, ele será. Sem problema nenhum”, finalizou.